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Nós treinamos para matar – Introdução à mentalidade de combate

Posted on 6 de abril de 20202 de novembro de 2020 By Academia Brasileira de Armas

Você achou o título muito forte? Então você está treinando errado.

A literatura sobre a realidade do combate armado é extensa em exemplos que ensinam que tão importante quanto estar tecnicamente apto a matar, é estar psicologicamente apto a fazê-lo.

Com base nisso, MURRAY, 2004, apresenta o Task Triangle: um modelo que incorpora os três principais aspectos que afetam as resposta do operador e a sua escolha durante um conflito: O nível de habilidade, os fatores de estresse e os fatores de ativação da capacidade de matar, popularizados por Dave Grossman no seu livro “On Killing“, traduzido para o Português como “MATAR”.

Você pode achar que tem essa capacidade dentro de si próprio, mas vale lembrar que filogeneticamente é contraproducente que qualquer ser vivo seja hábil em matar seus pares – de outa forma, a espécie não daria sequência ao seu código genético, pela escassez de herdeiros.

Assim, o primeiro passo é compreender que não é natural para um humano matar outro ser humano. Vejamos alguns relatos históricos relevantes:

  1. Batalha de Belgrado, 1717 – Dois batalhões imperiais mantiveram seus fuzis sem disparar nenhum tiro até que os turcos estivessem a cerca de 30 passos. Apenas 32 turcos foram alvejados.
  2. A batalha sem sangue de Vicksburg, 1863 – Duas companhias dispararam sucessivamente uma contra a outra, a uma distância inferior a 15 jardas. Ninguém foi alvejado.
  3. Ataque Zulu em Rorkes Drift, 1897 – Os Zulo=us superaram em número um pequeno grupo de soldados britânicos, disparando sequências sucessivas quase à queima roupa. A taxa de acertos foi de 1:13.
  4. Rosebud Creek, 1876 – Os soldados do General Crook dispararam 25.000 vezes contra os índios, acertando apenas 99 vezes.

E histórias como essas repetem-se incessantemente ao passar dos anos.

Mesmo no Brasil, o país mais violento do mundo, é preciso ensinar as pessoas a encararem a realidade:

Se você treina com armas – com exceção, claro, do tiro esportivo, recreacional, etc –  você está treinando para MATAR. Não use outro termo. Palavras têm significado.

Você não está treinando para repelir injusta agressão. Você não está treinando para cumprir a lei. Você não está treinando para proteger a vida. A arma de fogo é uma arma LETAL.

Parte importante da introdução à mentalidade de combate é, portanto, preparar o seu cérebro para deliberadamente matar alguém que se parece com você.

As estratégias para isso são várias, muitas delas feitas inconscientemente ao longo dos anos. A desumanização do inimigo é um delas. Já percebeu como sempre existiram apelidos para os inimigos nas guerras?

Os americanos chamavam os nazistas de Kraut (chucrute), depois os Vietcongs de Charlies. No Brasil, o criminoso é vagabundo, mala, peba, depende da região onde você está. Quando o seu inimigo é o chucrute e não o Fritz, ou quando é o mala e não o João Pedro, o processo fica mais fácil.

O treinamento precisa ser ajustado. Pessoas de todo o mundo são ensinadas a procurar meios proporcionais de reação, em atividades cheias de eufemismos para não dizer que o objetivo em atirar em alguém é matar. E se você acha que o objetivo é parar, você está fazendo isso errado.

Decorrente da premissa “parar”, “cessar” e não “matar”, aparecem absurdos nos estandes de tiro, que vão desde “stopping power” até “double taps”. Doutrinas do século passado.

Em quantos editais de concurso para a carreira policial ou militar você viu que a descrição do cargo envolvia ocasionalmente a necessidade de MATAR?

Não é à toa que as polícias cada vez mais são formadas por concurseiros que mais parecem um cover de Backstreet Boys e não por policiais. Seja um cidadão armado defendendo a sua liberdade, um militar ou um policial, não importa. Preparar sua mente significa afiar o machado antes de cortar uma árvore.

Introdução à mentalidade do combate, 1.01: Não enfeite o pavão. Atire para matar. Treine para ser eficaz e eficiente nisso.

Lucas Silveira

Instrutor-chefe da Academia Brasileira de Armas

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