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A utilização de armas e lanternas

Posted on 29 de agosto de 20182 de novembro de 2020 By Academia Brasileira de Armas

Escrito por Lucas Silveira

Não é preciso um grande poder de observação para perceber que o fato de se ter uma pistola e acertar o “x” a 10 metros, estando parado, com o alvo parado e “em pé”, num ambiente iluminado, sem pressa e com a possibilidade de utilizar cautelosamente todos os fundamentos do tiro está muito distante da sua provável utilização dessa arma para defesa.

É evidente que a prática dos fundamentos do tiro, seja para o esporte ou com o objetivo de aprimorar determinadas técnicas não deve ser negligenciado. Este texto, contudo, tem o objetivo de dar um passo além desta linha e apresentar um ponto igualmente relevante para aqueles que pretendem se defender com armas de fogo.

O assunto é baixa luminosidade. Já parou para pensar que é razoavelmente provável que se você tiver que atirar em alguém, isso pode acontecer durante a noite ou na penumbra? Você já analisou as consequências desta realidade distante da “prática padrão” do tiro?

Sem a pretensão de fazer deste material um compêndio de ótica e fisiologia, é preciso saber o básico sobre a visão humana para fazer o melhor uso desta ferramenta – seus olhos – especialmente numa prática tão complexa como o tiro tático ou defensivo. 

Vejamos:

O olho dos vertebrados é semelhante a uma câmara fotográfica, porém bem mais complexo. O olho possui um mecanismo de busca e de focalização automática do objeto de interesse, um sistema de lentes que refratam a luz (uma fixa e outra regulável), pupila de diâmetro regulável, filme de revelação rápida das imagens e um sistema de proteção e de manutenção da transparecia do aparelho ocular. As células sensíveis à luz estão na retina e através de um processo fotoquímico, os fotorreceptores transformam (“transduzem”) fótons em mudanças do potencial de membrana (potencial receptor). Antes dos sinais visuais se tornarem conscientes no cérebro, estes são pré-processadas na retina por uma camada de células nervosas. As informações aferentes chegam ao encéfalo através do nervo óptico (II par de nervos cranianos) e já foram previamente triadas sobre determinadas características da cenavisual.

O olho além de possibilitar a análise do ambiente à distância, permite discriminar os objetos quanto a suas formas, se estão perto ou longe, se estão em movimento e dependendo da espécie, se são coloridos. Além da construção visual sobre o ambiente onde se encontram, as imagens são utilizadas como elementos de comunicação.¹

Em outas palavras, os olhos são órgãos destinados a traduzir luz em informações sobre o ambiente, de onde se conclui que isso pode ser fortemente afetado pela baixa luminosidade.

Existem aproximadamente 7 milhões de CONES em cada olho humano concentrados na região fóvea. São responsáveis pela visão Fotópica sensível aos estímulos de luz e cores. A ausência ou deficiência nos cones dá origem ao daltonismo. Os BASTONETES são células fotoreceptoras (sensíveis à luz), da retina e conseguem funcionar com níveis de luminosidade baixos. São basicamente responsáveis pela visão noturna. Têm este nome derivado de sua forma alongada e cilíndrica. São também usados na visão periférica. Estas células estão concentradas na parte mais externa da retina e existem cerca de 100 milhões de bastonetes. Proporcionam a visão Escotópica, quando existe menos luz, e acentuam a percepção de contrastes, saturação e matizes do preto, branco e cinzas, mas não das cores em si.

(….)

Responsáveis pela sensação de cores enviadas ao cérebro os Cones, realizam a visão Fotópica e funcionam melhor com bastante luz, na função de captar as ondas de cor do espectro solar e realizam a síntese aditiva da luz branca nas horas de sol alto. Ao longo do crepúsculo nossa visão passa lentamente a operar com a visão Escotópicacaracterística dos Bastonetes. Durante o pôr-do-sol e o nascer do dia temos as quatro células fotosensíveis operando simultaneamente, pois os bastonetes estão ativados pela baixa luminosidade, mas a luminosidade solar ainda mantem os cones captando ondas coloridas do vermelho ao violeta. Devido à angulação do sol em relação aos nossos pontos de observação enxergamos num contínuo cada comprimento de onda colorida do espectro, e lentamente nos adaptamos à baixa luminosidade da noite.²

Os olhos se adaptam a situações de baixa luminosidade, em contrapartida perde-se algumas importantes habilidades, por exemplo:

  • Senso cromático (já ouviu falar que à noite todos os gatos são pardos?)
  • Redução da profundidade de campo
  • Dificuldade com a noção de profundidade

É evidente, portanto, que, em regra, os humanos se sintam desconfortáveis ao realizar tarefas em locais escuros. Frente a uma ameaça potencial ou real, a primeira reação pode ser a de querer acender logo a lanterna, ou clicar no interruptor de luz., mas o estudo do combate em condições de baixa luminosidade desenvolveu uma série de técnicas que podem transformar a falta de luz e uma vantagem, mesmo para aqueles pegos desprevenidos.

Disciplina de luz é como chamamos o uso racional das fontes de luz, próprias, naturais ou de inimigos, em combate.

A primeira coisa que o instruendo pensa ao se falar em “disciplina de luz” é simplesmente evitar acender a lanterna.  É claro que o conceito vai muito além disso, desde a forma inteligente de se vestir e usar os seus eletrônicos, planejar a edificação a ser protegida – sua casa, empresa, terreno – usar a penumbra (transição da luz para a sombra) para obter vantagem tática para movimentação ou emboscada, até o treinamento para reagir contra fontes de luz utilizadas pelo inimigo.

Em todo esse contexto, a utilização das lanternas pelo atirador é uma agulha no palheiro, o primeiro passo de uma grande caminhada sem o qual todo o restante dela não acontece.

Existem, grosso modo, duas formas de se utilizar lanternas e pistolas simultaneamente: lanternas acopladas à arma, que permitem a utilização normal da pistola, ou separadamente dela, que exige mais treinamento de manuseio adequado para compensar as duas tarefas complexas (disparar e utilizar a luz) sendo executada simultaneamente. É claro, é possível fazer uso das duas opções de forma mesclada.

As empunhaduras FBI e suas variações, indexadas anatomicamente, Harries e Surefire são as mais utilizadas por aqueles que preferem separar as lanternas das pistolas. Quais as vantagens e desvantagens de cada uma delas?

Vamos falar sobre isso nos nossos próximos textos para o site da Academia Brasileira de Armas.  Cadastre-se aqui para receber novidades de cursos e textos.

  1. http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Fisiologia/Neuro/08.sentido_visao.pdf acesso em 29/08/2018 – 11h
  2. http://luztecnologiaearte.weebly.com/luz-e-fisiologia-da-visatildeo.html acesso em 29/08/2018 – 11h
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