No universo do tiro de combate, adaptação não é luxo — é sobrevivência. Enquanto a repetição constrói a base, a prontidão real exige flexibilidade, improviso e criatividade sob estresse. Um estudo surpreendente de 1985, publicado por Suzanne Page e Allen Neuringer no Journal of Experimental Psychology, traz à tona uma ideia poderosa: variar o comportamento pode ser aprendido, ensinado e reforçado como qualquer outra habilidade.
Para a ABA Intl, essa descoberta não é apenas curiosidade científica. É fundamento prático para o ensino técnico e tático moderno.
O que o estudo demonstrou?
Os autores testaram se a variabilidade de comportamento — ou seja, a capacidade de agir de forma diferente em situações semelhantes — podia ser condicionada por reforço positivo.
Pombos foram colocados para pressionar teclas da esquerda e da direita em sequências de oito movimentos. Eles só recebiam alimento se a sequência atual fosse diferente das anteriores. Conforme o número de sequências anteriores exigidas como diferentes aumentava (Lag 1, Lag 5, até Lag 50), os pombos aprenderam a variar de forma intencional e cada vez mais complexa.
E quando o reforço deixou de depender da variação, a variabilidade caiu drasticamente. Em resumo: os pombos aprenderam a variar quando isso era necessário para alcançar o objetivo.
Por que isso é relevante para o tiro de combate
Repetir técnicas mecanicamente pode funcionar em ambiente controlado. Mas no combate real, a rigidez é fraqueza. Um operador que reage sempre da mesma forma está vulnerável a qualquer imprevisto: mudança no ambiente, falha no equipamento, múltiplas ameaças.
O estudo confirma que a capacidade de variar comportamentos é uma habilidade treinável. E esse é exatamente o princípio por trás da Tríade TMM ensinada na ABA Intl: Técnica, Métrica e Método. Nosso método desenvolve atiradores que:
- Sabem reconhecer quando uma técnica padrão deixa de funcionar;
- Conseguem gerar novas soluções em tempo real;
- Aprendem a variar o comportamento de forma consciente e controlada, mesmo sob pressão.
Variar não é agir aleatoriamente
O estudo também mostra que variabilidade não é o mesmo que aleatoriedade. Os pombos não estavam agindo por sorte, mas sim aprendendo a variar de maneira eficaz para serem recompensados. O mesmo vale para o operador tático: queremos desvio inteligente do padrão, não desorganização.
Na ABA Intl, utilizamos métricas de desempenho e simulações com variáveis imprevisíveis para reforçar essa habilidade crítica.
Controle por estímulos e resposta tática contextual
Num dos experimentos, os pesquisadores usaram luzes coloridas para indicar quando os pombos deveriam variar ou repetir a sequência. Resultado: sob luz vermelha, os pombos variavam; sob luz azul, repetiam o padrão.
Essa resposta ao estímulo discriminativo é uma base do nosso ensino. Utilizamos cores, sons, ambientes e outros elementos para treinar respostas contextualizadas, como mudança de técnica conforme a ameaça, uso de cover, combate em baixa luz, entre outros.
Conclusão: Variabilidade é uma habilidade operante
O estudo de Page e Neuringer confirma o que os operadores experientes já sabem: reagir de maneira flexível é uma habilidade que pode — e deve — ser treinada.
Na ABA Intl, não treinamos apenas para acertar o alvo.
Treinamos para resolver o problema.
E, às vezes, isso exige romper com o padrão.
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